sábado, 12 de abril de 2008

Jovem, Cristo é o Bom Pastor que soube Escutar, Conhecer, Seguir os ensinamentos do Pai e veio nos dar a vida e vida em abundância!

*Paulo Nunes[1]

Certamente, este domingo, o IV da Páscoa, nos chama a atenção pelo convite que nos é feito a refletirmos sobre a figura do Bom Pastor, à luz do Cristo vitorioso, presente e ativo no meio da comunidade dos fiéis, única porta de acesso ao Reino dos Céus. Jesus não é o Bom Pastor porque em certas circunstâncias “passou a mão pela cabeça” de suas ovelhas ou porque se colocou como, costumamos dizer, “o bonzinho”, mas, o Pastor bom que foi Jesus se deu pela atitude coerente, como na sua reação diante da mulher adúltera a ser apedrejada e pelo seu amor oblativo que consistia em doar-se sem medida, pois a medida era o próprio Cristo e a sua vida. Jesus é o enviado do Pai, para apascentar o rebanho: “Eu sou o Bom pastor.... Eu dou a vida pelas minhas ovelhas... nenhuma se perderá!”.

Sendo assim, a nossa atitude de jovens cristãos e de Povo de Deus não pode ser diferente a de Jesus: ESCUTAR, CONHECER E SEGUIR. Escutar a voz daquele que nos conhece e é capaz de saber o nosso nome; Conhecer o Cristo Bom Pastor que se compadece diante de uma ovelha que se perde, mesmo que para isso tenha que deixar as outras que já estão salvas, e quando a encontra, carrega-a nos braços; e Seguir assumindo o compromisso de aderência a uma pessoa, que Ama, é Amado e é o próprio Amor, que não faz acepção, mas ama de forma especial e incondicional e por conhecer e amar suas ovelhas, devolve a cada uma a sua dignidade. O chamado de Cristo, neste domingo, é acima de tudo a sermos obedientes ao Pai e coerentes com a proposta do nosso discipulado. Jesus nos ensina a sermos responsáveis uns com os outros e sermos dentro da Igreja e no mundo formadores de opinião, uma seta apontando o nosso referencial de Pastor e Messias, mesmo que o mundo esteja nos oferecendo outros “exemplos” e grotescos personagens sordidos oferecidos pelo mercado fonográfico e televisivo alienante.

Contudo, é no “vestir a camisa em defesa da vida” que nos aproximamos do Cristo que é idealista como um jovem e sábio como um ancião e só quem faz a experiência do Cristo Bom Pastor e Ressuscitado é capaz de viver o eterno pentecostes, assim como experimentou Pedro ao ser sinal de conversão para tantos após suas pregações. Que no encontro profundo e íntimo com o Cristo não nos encontremos como “ovelhas desgarradas, mas voltadas Àquele que deu a vida por nós e cuida de nós com amor eterno” (cf. I Pd 2,25).

Jovem! Levantemos a nossa cabeça e reconheçamos a voz do nosso Pastor e corramos ao encontro daquele que nos salvou e que possamos ao final dizermos: “Aquele que é o coordeiro do Pai é, de fato, o nosso Bom Pastor, que resgata e liberta da escravidão as ovelhas que somos todos nós!”. Jesus é também ovelha, igual a nós, porém totalmente consagrada ao Pai. Ele nos conduz ao Pai, vivendo a nossa própria situação, exceto o pecado. É pelo testemunho dos seus discípulos que Jesus continua a ser o BOM PASTOR no mundo inteiro, para todos os seres humanos. Jesus exerce esta função de modo especial pelos ministros ordenados, bispos, presbíteros e diáconos. Por isso, a Santa Igreja celebra neste domingo o DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS. Mas todos os cristãos, por seu testemunho, participam do pastoreio universal de Jesus Cristo. Ao mesmo tempo em que somos conduzidos, ouvindo a sua voz, sendo ovelhas, exercemos também a missão de pastores, conduzindo as pessoas até as fontes da vida, inclusive os nossos jovens perdidos no mundo das drogas e entregues ao desprezo de nossos governantes.

Entreguemos em oração ao Pai pelo Filho e no Espírito Santo, os nossos pastores: bispos, padres e diáconos configurados com o Cristo Bom Pastor, mas também aos irmãos e irmãs militantes e lideres de grupos, movimentos e pastorais de nossa Igreja e que lutam, em especial, pela causa dos menos favorecidos. Clamemos santidade, unção pastoral e um novo ardor missionário para que a Igreja cada vez mais possa gozar dos bens do Pentecostes que se se aproxima. Aleluia!



[1] *Paulo Nunes é paroquiano da Paróquia de São Pedro, seminarista do Seminário Central São João Maria Vianney e estudante do Curso de Bacharelado em Teologia do Instituto de Teologia da Universidade Católica do salvador.

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