O Padre...
“Com a alma ajoelhada a teus pés, eu peço a graça, Senhor, de conhecer algo mais do teu sacerdócio, essa estranha vocação de homens feitos de barro carregando um grande mistério. E eu não entendo... tenho mãos de barro, Senhor, que não sabem tocar um mistério. Por que tu vens chamar-me do aconchego dos meus (onde todos são de barro e não há mistérios a carregar com a ponta da alma...)? Por que vens jogar, Senhor, um tesouro em meus braços, se apenas sou um pedaço de argila, por ti remido? Sou um simples peregrino como os demais caminheiros da esperança! Como vou carregar um tesouro no caminho, se diante do mistério sou uma criança aprendendo a gatinhar... O que será de mim, se tropeçar? O que será do tesouro? Quem será o samaritano que virá chorar minha queda e consertar os meus pedaços? Donde sairá a mão que ajuntará o tesouro derramado no deserto por minhas mãos? Em que beira de caminho, Senhor, foi construída uma hospedagem capaz de acolher mãos de barro que deixaram cair um mistério? É por isso que me ajoelho e rezo para esquecer que sou de barro e tornar-me simplesmente um servo inútil: inútil, por ser de barro e servo, por ser de Deus”. Tarcísio Corrêa
Nenhum comentário:
Postar um comentário