sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sobre Vontades, Desejos e o Reino de Deus

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo”. (Mt 6, 33)

Jacson M. Estrela[1]

A quem servir? Servir é realizar a vontade de. Vontade, palavra esta que deveríamos por em suspeita por um longo espaço de tempo. Vontade vem de uma persuasão íntima, potência interior da qual o homem se determina a fazer ou não fazer alguma coisa. Eis um aí o equivoco: confundem-se muito freqüentemente as palavras vontade e desejo, ou pelo menos nos enganamos com relação aos seus sentimentos. E é este deturpar pela qual nos afastamos da vontade de Deus: os desejos.

Desejos são déspotas impacientes. Exigem satisfação imediata. Os desejos nos ordenam que nos apressemos em obter o que queremos; e todas as vezes que não conseguimos, ficamos desapontados. O mesmo ocorre quando obtemos aquilo que não desejamos, ficamos angustiados. (Epicteto, 55 d.C)

“Não vos preocupeis com a vossa vida, com que havereis de comer e beber; nem com o vosso corpo, com que haveis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa?” (Mt 6, 25)

Vontade. Quantas vezes e quantas são as coisas que deixamos de fazer por falta dela? Quantas coisas extraordinárias deixamos de fazer porque são arriscadas? Seja até mesmo falar com desconhecidos; deixamos de ajudar e de ser ajudados. E sempre julgamos que foi melhor assim. É esta a vontade de Deus?

A vontade de Deus reside justamente aí: em arriscarmos mais em seu projeto, nos comprometendo fielmente com o que somos e com o que temos, confiando nas pessoas e em sua providência, pois, como num banquete, tudo chega a seu momento, sem que para isso precisemos ficar ansiosos.

Com relação às questões materiais, simplesmente não nos contentamos com o que temos, não saboreamos aquilo que está em nosso prato. Não cansamos de ansiar, invejar e apoderar-se de cargos, bens e até pessoas. Eis a principal função do cobiçoso: não possuir, mas ser possuído por seus bens e ânsias. Esquecemos em ser, e só pesamos em fazer e ter.

Jesus deixa muito claro, onde podemos encontrar o verdadeiro sentido de nossa vida: buscando o seu Reino e a sua justiça. Ora a própria origem da palavra justiça nos dá uma pista. Justiça vem de justo. Justa é toda roupa que nos cai bem, sem estar apertado ou folgado demais, mas simplesmente justo, ou seja, na medida certa (do grego metron).

“Para cada dia bastam seus próprios problemas”. (6,34c) Sejamos, então, pois, justos a cada atitude, as de contenção, gratidão e trato, com as coisas e pessoas. Sem deixar-nos de nos preocupar, mas sim em mudar o objeto de nossa preocupação. Procurando assim, o que é essencial, e este, “é invisível aos olhos” (Exupéry)


[1] Jacson M. Estrela é seminarista e estudante do 3º semestre de Teologia da Ucsal, oriundo da Paróquia e bairro de mesmo nome: Santa Terezinha, Doutora da Igreja.

Romaria ao Santuário de Santo Antônio Galvão!!!

A Pastoral da Juventude da Arquidiocese promove, neste fim de semana, um momento de exercício espiritual e devoção: A Romaria ao Santuário de Santo Antônio Galvão.

A atitude externa de fé das Romarias e peregrinações é uma tradição muito antiga na nossa igreja, iniciada a partir do século V, com a visita dos cristãos de todos os lugares ao túmulo de São Pedro, que fica em Roma, daí o nome romaria.

Mais do que um final de semana diferente, este momento quer ser para nós, pastoral da juventude, um momento de fé, onde entraremos, na integração e experiência de fé com outros irmãos nossos, em contato com a mais pura devoção popular.

Por isso, contamos com você e com o seu grupo ou Pastoral, para fazer parte desse momento de fé e gratidão a Deus, pisando no mesmo solo do recôncavo baiano onde viveu Santo Antônio Galvão.

Então fique por dento e não perca!

Anote aí:

I° Romaria Jovem ao Santuário de Santo Antônio Galvão (Belém, Cachoeira - Ba).

Saída de EM FRENTE AO SHOPPING IGUATEMI ÀS 06:00H.

Retorno (previsto) 19:30 NO MESMO LOCAL.

Valor: 25:00R$ ATÉ 10 DE MAIO.

terça-feira, 13 de maio de 2008

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Feliz Dia das Mães


Mãe...
São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!


Mário Quintana


segunda-feira, 5 de maio de 2008

EFAP

Está chegando a 1ª etapa da Escola de Formação para Agentes Pastorais, serão dois dias de muita animação, dinâmica e integração. Vamos todos aproveitar este momento importante de formação pjoteira, aonde trabalharemos duas dimensões da formação integral: Teológico-Bíblica e Psico-Afetiva.

Local: Casa de São José Operário (Formiga de São Caetano)
Colaboração: R$15,00 + alimentação.
Início: 17/05 às 08:00
Final: 18/05 às 16:00

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Pistas de Reflexão!!!

Evangelho da Ascensão do Senhor.(Mt. 28, 16-20)
Uma breve reflexão!!!

[1] Ricardo Serra

Neste domingo, a igreja celebra a Ascensão do Senhor. Para mim, assim como para toda a igreja, celebrar (tornar célebre, fazer memória) está para além dos atos celebrativos e da reflexão - se esta for somente teórica - dos textos que são próprios das solenidades.
Celebrar, mais do que lembrar, é atualizar de forma mais primaveril as proezas do Nazareno em nossos tempos. É ter a certeza de que nós tocamos como os apóstolos, os que acreditaram ou não terem visto o Menino Deus ressurgido, as suas chagas e contemplamos a sua glória.
Mas como isso se dá em nosso meio juvenil? O que essa solenidade nos traz de contato mais efetivo com o mistério? Bem, o primeiro fato é de que é preciso ter “fé em Deus e pé na taba”. A aparição do Senhor e sua subida gloriosa aos céus, nos quer dizer de um compromisso e de uma descida do monte, onde contemplamos Àquele que sobe, para o anúncio de uma Boa Nova de amor.
A Ascensão Gloriosa de Jesus traz dois pontos nos quais quero me deter para finalizar estas pretensas palavras: o primeiro, é que o Nazareno volta para o Pai não somente o espírito, mas todo o seu ser, afinal, alma sem corpo é fantasma e corpo sem alma é cadáver, e Jesus estava bem longe de ser isso. Com isso, Jesus nos chama também a integrar a nossa carne ao nosso ser espiritual, e, junto com ele, chegar ao Pai gloriosamente.
O outro ponto, e um dos mais belos, é a promessa infalível do Menino Deus que nos diz: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”. Deus se revela em Cristo quebrando aquela concepção vinda de uma catequese equivocada, que nos diz que Deus nos vê. Não, vê pode trazer uma passividade que não é própria de Deus, com essa promessa o Menino Deus nos diz que nos assiste (vê e dá assistência) nos acompanhando e, a cada dia nos fazendo ascender um bocadinho mais!
Despeço-me de vocês então com as palavras do poeta Fernando Pessoa que nos fala dessa promessa de Jesus de estar sempre conosco:
“... Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda."
[1]Ricardo Serra. Seminarista diocesano, 1° ano de Filosofia.